Muitas das figuras típicas são indissociáveis das profissões exercidas num determinado território e que lhe conferem identidade. Algumas destas profissões começaram por se formar para tirar proveito e fazer face à morfologia e características naturais. Pelo seu trabalho árduo, estas figuras são frequentemente admiradas e elogiadas. Algumas das personalidades coletivas que figuram nos temas têm também uma participação direta nestes, como é o caso dos marnotos na canção “Salineiras e marnotos” onde estes cantam sobre o seu trabalho e as mulheres que os acompanham.
Reportório do Grupo Etnográfico e Cénico das Barrocas
I
A nossa alma se dilata
Ao calor do sol brilhante, BIS
Colhendo as contas de prata
Desta messe cintilante.
II
(Mulheres) Correndo pelas marinhas,
(Homens) Vão as nossas companheiras, BIS
(Mulheres) Como brancas moleirinhas,
(Todos) Salineiras, salineiras (2ª vez diz-se 3 vezes salineiras)
CORO
Cai em cascata.
(2ª Voz Homens) Ao sol brilhante,
Chuva de prata
Tão cintilante BIS
Predestinada,
Montes de sal,
Messe sagrada.
Celestial
III
Debaixo dum sol ridente,
Tem encantos rer o sal, BIS
Vendo surgir refulgente
Dum fruto celestial.
IV
(Mulheres) Segue esse manjar sagrado,
(Homens) Ao som de canções fagueiras, BIS
(Mulheres) Em canastrinhas levado,
(Todos) Salineiras, salineiras (2ª vez diz-se 3 vezes salineiras)
Reportório do Grupo Etnográfico e Cénico das Barrocas
I
Pescador do rio Vouga
Deixa o teu barco vogar. (BIS)
Vai salvar o meu amor
Das onda do alto mar. (BIS)
Refrão:
Voga, voga ó pescador
Vai vogando para o mar
Vai salvar o meu amor
Das ondas do alto mar.
Voga, voga ó pescador
Vai vogando para o mar
Vai salvar o meu amor
Não o deixes afogar.
II
O teu barco é um berço
Onde eu durmo a sonhar. (BIS)
Deitada no teu regaço
Embalada pelo mar. (BIS)
III
Em horas de aflição
Nas duras lutas errantes. (BIS)
Suplico numa oração
Senhora dos navegantes. (BIS)
Reportório do Grupo Etnográfico e Cénico das Barrocas
I
Oh! Das camarinhas
De três a tostão
Caíam bem fresquinhas (BIS)
No meu coração.
II
Vinde pois trazei-as
Brancas e rosadas
Que venham bem cheias (BIS)
As malgas vidradas.
Refrão:
Malgas às duas
Duas ou três
Por essas ruas
Haja freguês.
Nós damos duas
Ou até três
Sem falcatruas
E duma vez.
III
São contas polidas
Brancas e rosadas
Muito bem medidas (BIS)
Por malgas vidradas.
IV
São pérolas brilhantes
Dos matos em flor
Vimos refrescantes (BIS)
Matar o calor.
Uma vez que evoca um fruto característico das redondezas de Aveiro, que apenas cresce em ambientes lagunares, esta música remete também para a gastronomia e os produtos típicos da região.
Reportório do Grupo Etnográfico e Cénico das Barrocas
I
Toda a tricana d’Aveiro
Tem um riso prazenteiro
Sempre na boca a bailar
Espalha alegria e graça
E quando a tricana passa
Logo se ouve murmurar.
Refrão:
Tricana bonita,
Andar balançado,
Alegre e catita (BIS)
Com xaile traçado.
II
Aveiro altar de beleza
Onde a mulher portuguesa
É uma imagem sagrada.
Pois toda a tricana encerra
A beleza desta terra
Que à beira-mar está plantada.
O culto a determinadas figuras religiosas determina a composição de músicas e hinos evocativos daquelas, sendo estes indissociáveis da devoção. Paralelamente, poemas como o da Marcha de São Gonçalinho apresentam uma variedade de elementos que permitem perceber não só a devoção, mas também a festa que lhe é dedicada.
Reportório do Grupo Etnográfico e Cénico das Barrocas
I
Santa Joana Princesa
Padroeira da cidade
Foi infanta portuguesa
E amou sempre a verdade.
II
Em Aveiro pequenino
Muito dela se falou
Pois foi santa neste mundo
Aveiro a canonizou.
III
Nossa gente com alegria
Tem por ela mui’ devoção
Nossa Santa que estás no céu
Escuta a nossa oração.
Orquestra
…
Vozes:
Rogai por nós.
Reportório do Grupo Etnográfico e Cénico das Barrocas
I
Vamos todos em romagem
Nossas ofertas levar
E perante a sua imagem
S. Gonçalinho adorar.
II
Ele é nosso padroeiro
Bem merece devoções
O santo mais milagreiro
De tão nobres tradições.
Refrão:
Neste dia de festança
P’ra ti vai nosso carinho
Hás-de ir connosco na dança
Oh! Rico S. Gonçalinho.
Hás-de saltar as fogueiras
À noite no arraial
Dançar com velhas gaiteiras
Uma dança divinal.
III
Oh! Santo casamenteiro
Casai as feias e as belas
Nosso santo rapioqueiro
Não te esqueças das donzelas.
IV
Faz o nosso casamento
Rico santo tão formoso
Terás feitas de espavento
E um presente primoroso.
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